sexta-feira, 26 de março de 2010

O valor de 1,99

Oi.
Experência é tudo. Quando bati, os mec(h)ânicos me disseram que em 10 dias o carro estaria pronto. Liguei para o serviço pedindo então dez dias de dispensa para desconto em férias. Meu chefe concordou; porém, ao informar o Comandante que me concederia dez dias, o Comandante discordou; disse que seria ingenuidade da nossa parte acreditar que o carro ficaria pronto em dez dias e que a melhor solução para o caso seria me propor a entrada em férias, o que me daria trinta dias, para arrumar o carro ou o que fosse. Topei na hora, pois imaginei que em dez dias eu teria o carro de volta e poderia passear com o Cesinha por Itatiaia, Penedo, Maringá, Maromba... Vinte e nove dias depois do acidente meu carro ainda não está totalmente pronto. O mais longe que fui, foi até Agulhas Negras. Não, não falo do ponto culminante de Resende ou mesmo da Academia Militar. Falo da Alfaiataria Agulhas Negras, aqui, na rua principal do bairro... Quando alguém ameaçar falar mal do Comandante na minha frente eu o impedirei peremptoriamente e direi: "não diga isto, ele é um homem muito experiente"...
Virtudes de meu Comandante à parte e viagens frustradas também à parte, sobrou o Alfonso no meio, angustiado, longe da vida que está acostumado (não imaginam a sensação de vazio que causa num homem ficar sem gritar "tá entrando um macho no recinto" - meu grito de guerra), procurando ansiosamente por um ganho, qualquer que fosse, nesta experiência estranha. Não encontrei, por hora, um ganho aparente. Mas posso agradecer a Deus porém, por não existir também perda aparente. Escrevo aqui, de perda significativa, um ente querido, um membro do corpo, essas coisas. Acredito que tudo isto ocorreu para evitar um mal maior, que Graças a Deus, jamais saberemos o que era. Ao final de tudo, estamos todos bem, afinal. Só não me peça dinheiro emprestado até maio... Melhor, junho... Hum... Que tal julho? Pelo menos tem o décimo-terceiro...
Hoje porém, uma das dores que eu sentia foi aplacada... Após um mês de dias menos um dia, sentei-me novamente no 1,99. Você não sabe o que é 1,99? É que o meu carro é de 1999 e como é uma porcariazinha como as merrecas que a gente compra numa loja de 1,99 ele recebeu o carinhoso apelido. O engraçado é que ele é chamado de 1,99 só quando se precisa dele: "O 1,99 taí? Tenho que buscar o carro no mec(h)ânico", "Dá pra me dar carona no 1,99?", "Pode me levar não sei onde? Isto é, se o 1,99 chegar lá", "Ih, Alf, tá chovendo... No 1,99 não chove dentro não, chove?" e por aí vai...
Dei a partida. O valoroso 1,99 funcionou... E bem! Foi dirigido hoje pelas ruas (esburacadas e tortas) de Volta Redonda. Deixei-o no vidraceiro, trocando o vidro. Ainda faltam a cambagem e a parte elétrica. Deus queira que eu consiga resolver a cambagem (alinhamento e balanceamento) em duas horas e que no restante da manhã eu resolva a parte elétrica. Continuo dependendo da oração de todos. Domingo, 06:30h (aham) estarei indo para Brasília. Se Deus quiser...
Você que acompanha meu Blog deve estar se perguntando: "Ué... O Alf reclamou o mês inteiro que gastou dinheiro como água... Como é que sobrou algum dindin para a viagem de volta?" Você nem imagina? Os parentes, dominados pelo mais puro amor (traduzindo: não me aguentando mais por perto), se cotizaram (a famosa vaquinha... Coitado de quem teve que dar o rabo... Ou o chifre, vai saber...) e me ajudaram a custear a viagem de volta ("ainda bem que nos livramos desta mala" devem estar pensando...).
Beleza, ano que vem eu volto ;-) .
Eu não sei se amanhã escreverei. Não sei se me dará uma louca e eu irei para a estrada amanhã mesmo. Torça por mim. Eu continuo torcendo por você.
Bjs (e porque não dizer, abraços),
Alf.

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