quinta-feira, 15 de abril de 2010

A fuga.

Oi.
Hoje me lembrei de um cara muito certo, que um dia errou comigo. Talvez por ele ser muito correto, me zanguei. E discuti com o caboclo. Só que o cara era bem mais antigo que eu em critérios de hierarquia. Ele estava errado, tudo bem. Mas a forma como eu conduzi a coisa, deixava-o sem saída; lá pelas tantas ele me disse: "o que você quer com isto?". Era para eu entender que fora longe demais. Melhor, que já não se tinha mais como ir além, nem voltar no tempo para que o camarada se redimisse.
Dia seguinte, eu percebendo que fui longe demais, estando o camarada errado ou não - se bem que, só de eu perceber que tinha ido longe demais, dever-se-ia decretar feriado, pelo ineditismo do fato - fui fazer a mea culpa (muito a contragosto, mas pensando na política de boa vizinhança) e o camarada voltou a redarguir. Ele me disse: "Alfonso, você tem que deixar o camarada fugir; tem que ter uma brecha, senão você aperta o cara e ele não tem para onde escapar". Não entendi nada. O cara saiu general - êpa, falei demais - com a fama de ser um camarada altamente intolerante. Eu mesmo acompanhei uma criação de caso dele que demorou anos e não sei se resolveu... Talvez esteja até hoje sem solução, vai saber...
Como disse, não entendi nada... Até hoje. Hoje, fui chatinho com uma pessoa com quem eu não deveria ser. Ao tentar me redimir, ela me cortou. Não de uma forma doce, mas ríspida. Seca mesmo. Então entendi o que o antigo chefe me disse: temos que dar uma chance para o cara fugir do próprio erro, para ele se redimir. Se formos intolerantes com aquele que nos ofendeu, ele nunca poderá se desculpar e esta mesma intolerância não permitirá que perdoemos aquele que nos tenha ofendido. Ah, esta frase te lembrou algo, né? É da oração do "Pai Nosso".
Acho que é melhor mesmo você deixar o outro se redimir. Ele errou? Pode ser. Mas... Quem não erra? E se o caboclo está com boa vontade em parar de brigar, de discutir, de firmar palavra e razão, deixe o cara fugir.
Beijos exaustos,
Alf.

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