quinta-feira, 1 de abril de 2010

Os pratos da balança.

Oi.
Hoje estava conversando com uma amiga e soube que ela estava "enrolada". Enrolado é o estado civil mais conhecido antigamente como "tico-tico no fubá". Acho que deveria existir nos formulários que a gente preenche, uma pluralidade de opções no campo "estado civil" compatível com a realidade dos fatos. O cara está "na morando" (morando junto com a namorada), por exemplo. Tinha que ter uma opção para isto. Ou o casal que separou mas mora na mesma casa; tinha que ser diferente do casal que casou mas mora em casas separadas (?!?!?!?!?!??!). Sim, existem mais formas de estado civil que a nossa vã filosofia pode conceber...
Lá pelas tantas ela me disse que a relação é difícil, o cara não se assume, não a assume - não fosse a distância, ia lá e dava uns sopapos no caboclo para ver se ele vira homem, risos.
O chato ao acompanhar todas estas histórias que vocês compartilham comigo é que me parece às vezes que não aprendemos (é, eu estou incluso aí...) nada com a vida. TEMOS QUE GOSTAR DE QUEM GOSTA DA GENTE, DE QUEM QUER NOS ASSUMIR. Todo mundo sabe disto mas fica fazendo que não sabe e se apaixonando por alguém que não dá futuro, não vale a pena, não vale o investimento que se faz em amor, dedicação, anulação, etc... Chega de ficar sofrendo na mão de quem não nos dá valor. E parece haver um círculo vicioso de desgostar-se de si mesmo por trás disto.
Na contramão da proposta de hoje, uma outra moça me disse que não consegue gostar de quem gosta dela. Ora, se ela não gosta de quem gosta dela, sobrou-lhe a opção de gostar de quem não gosta dela (?!?!?!?!) e isto é, na prática, não gostar de si mesma. Parece estranho, mas é isto: tanto uma como a outra, estão escolhendo o caminho da dor, da submissão impensada aos caprichos de seus homens, que, pela falta de postura decidida delas, acabarão optando por largá-las, trocando-as por alguém que lhes imponha limites.
Sei que tem hora que eu escrevo de modo difícil, então exemplificarei: uma mulher precisa sentir-se amada por inteiro e não somente desejada entre quatro paredes. Logo, precisa de alguém que goste dela e que assuma a relação em todas as facetas da vida a dois. Esquivar-se disto é covardia. Mas no afã de encontrarmos (não, não sou mulher, só estou tendo compaixão, ou seja, sentindo a mesma dor que elas e me incluindo no grupo) um pouco de amor, ainda que em forma de migalhas, sujeitamo-nos aos caprichos de alguém que não gosta de nós como gostaríamos que gostasse, abrindo mão de gostar-se de si mesmo, anulando nossas próprias expectativas.
Gostar não é sofrer. É preciso então que este amor, caso, enrolação, tenha o nome que tiver, do jeito que for ou tiver que ser, seja pesado em uma balança cujos pratos sejam nominados como "agradável" e "desagradável". Caso a balança, ainda que com alguma condição de desconforto esteja pendendo mais para o "agradável", repense a relação, rearranje a relação com o outro lado enrolado e quem sabe não teremos aí um novo casal andando de mão dada pelo shopping? Ou, maduramente se decida pelo afastamento, caso a balança esteja pendendo para o "desagradável". Claro, não dá para abrir mão dos planos de uma hora para outra. Talvez este "desagradável" seja momentâneo. Procure seu parceiro e converse com ele. Mas, façam, quer seja pelo caminho do afastamento, quer seja pelo caminho da aproximação, o possível para serem felizes.
SEJAM FELIZES!
Alf.

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