terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ninguém me ouve...

Oi.
Sabe aquele lance do João Batista, que era a voz que clama no deserto? Entendo perfeitamente. Tem um outro texto, famoso, que diz: "...não te detenhas, clama a plenos pulmões..."; juro que tento. Juro que clamo. E nada.
Um dia, há alguns anos, estava explicando como é que se gerencia uma rede com segurança e um dos meus colegas estava rodando um script num banco de dados. A máquina, é claro, travou; "rodar um script" é rodar um pequeno programa que normalmente exige muito do processamento da máquina num primeiro momento, para facilitar as buscas ou operações no banco de dados, usando o mínimo de processamento depois, quando o banco está em produção. Para a gente, de TI, normal. Um dos meus ouvintes era um chefe (de outro setor) que, sentado, acompanhava minha preleção. Interrompeu-me para dizer que a máquina travou "provavelmente" por causa de vírus (já estava ao final da minha explanação, não tinha como ele, depois de ouvir tudo que eu disse, confundir as coisas, processamento lento com vírus). Enfim, ninguém me escuta...
Outro dia, mandei comprar um produto, em outro estado. O emissário me colocou para falar com o vendedor. Ainda assim, o produto não foi o que pedi. Ninguém me escuta.
A gatinha do interior caiu na lábia do gatão da cidade grande; eu avisei a ambos que iria dar merda. Deu. Ninguém me escuta...
Ando pensando: será que o problema sou eu? Será que não estou utilizando os recursos linguísticos adequados? Ou será que todos só fazem o que está em sua cabeça, independente daquilo que nos esforçamos para lhes falar? Sem falar naqueles que não entendem e se revoltam porque não entenderam...
Ah, sim, já sei: sou insignificante. É isto! Por isto, ninguém me ouve. Ainda que eu clame a plenos pulmões. Ainda que eu só queira espalhar a retidão e o bem com os meus ditos. Ninguém me ouve...
No entanto, costumam ouvir fofocas, maledicências, palavras de engano... Não ouso seguir este caminho para ser ouvido. É anti-ético demais. Assim sendo,
NINGUÉM ME OUVE!
Beijos e abraços silenciosos,
Alf.

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